1972 a 1985 : Do início à Captured in Time and Space
Após o sucesso de CITAS, duas grandes mudanças abalaram a banda. Primeiramente, Greg X. Volz, vocalista que estava no Petra há nove anos, decidiu deixar o grupo para seguir carreira solo. Nada poderia parecer mais desanimador. Volz era tão profundamente parte do Petra, que perdê-lo era o equivalente a perder parte da banda.
Em segundo lugar, o mais antigo dos produtores do Petra até então, Jonathan David Brown, o homem responsável por ajudar a definir o som que seria a marca da banda, decidiu deixá-la também. Os fãs se questionavam – o que seria do Petra agora? Será que eles ainda continuariam? Haveria algum futuro após estas saídas da banda?
Tristes com as saídas de Brown e Volz do Petra, as mudanças provaram que a banda deveria voltar novamente a “para a estrada”. Aparentemente, Deus não havia terminado seu trabalho através da banda e tinha planos (com certeza) maiores para eles. Ele iria realizar muito mais através do Petra e não perdeu tempo proporcionando-lhes novos produtores. Ele também forneceu à banda um vocalista novo e cheio de energia, um cantor que iria revolucionar a música do Petra e os levaria a vôos ainda mais altos. Seu nome: John Schlitt.
Hartman havia se lembrado de um encontro com Schlitt e de uma conversa que teve com ele em um vôo algum tempo antes. Schlitt, no entanto, nunca lembrou da conversa – e sua mente estava tão atordoada na época, por conta das drogas, que pode ter se esquecido mesmo. Durante esse período Schlitt era o vocalista da banda secular Head East, e não era cristão. Seu encontro com Hartman apenas mexeu com a sua consciência, mas ele continuou no pecado e sua ocupação mundana. Mal sabia ele que Deus estava movendo as situações que iriam, muito em breve, levá-lo a Jesus e, finalmente, ao Petra.
Um dia Schlitt foi expulso do Head East e viu-se desempregado e sem dinheiro. Deprimido e frustrado, ele finalmente voltou-se a Deus, que em resposta amorosa, derreteu seu coração e mudou sua vida. Como cristão, Deus começou a limpar seus pecados.
John trabalhava em uma fábrica de ferramentas e estava sucumbindo há seis meses por conta da sua saída do Head East, pois ele varria o chão, e também aprendia a criar máquinas de aplainar. Em seguida, ele trabalhou como engenheiro de minas por quatro anos, e um ano depois disso, como um engenheiro de projetos. Deus estava trabalhando nele, de modo especial, criando nele um coração submisso e também querendo moldá-lo em uma pessoa mais responsável. Em cinco anos, ele quitou sua alta dívida, e se tornou um homem completamente mudado por Deus.
Não demorou muito tempo até que Deus proporcionasse um novo encontro entre Schlitt e Hartman. Hartman, impressionado e inspirado com as mudanças em Schlitt, lhe ofereceu o lugar vago de vocalista do Petra. Schlitt orou seriamente. Transformado e, finalmente, convencido de que Deus estava disposto a usar seu talento de novo, especialmente para a Sua glória através do Petra, ele aceitou a posição de vocalista, tendo estreado no Petra em um show que aconteceu no dia 03 de Fevereiro de 1986 (coincidentemente, a data de seu aniversário!). O que vemos, na seqüência, é a história que nos conta.
A banda voltou ao estúdio para criar seu nono álbum, Back To The Street. No comando da produção, estavam dois novos e dinâmicos produtores: os irmãos John e Dino Elefante. Esses rapazaes deram uma sonoridade de rock mais moderno e pop-rock em comparação com a era Brown – o que se tornou evidente nos álbuns posteriores.
Quanto a Back To The Street, o álbum foi obviamente um show de transição para o Petra. Schlitt apresentou sua voz de tenor (poderosa e abrasadora) e, embora os fãs ainda estivessem definhando da síndrome pós-Volz, ficaram muito contentes com a mudança eletrizante no vocal. Back to the Street caracterizou-se por algumas melodias interessantes, mas não foi o mesmo Petra do período Brown e do sucesso com Volz. Ou seja, não foi um álbum particularmente notável. (Foi também o último álbum a apresentar uma guitarra voando na capa).
O ano de 1987 logo chegou e a banda mergulhou fundo em sua criatividade para retornarem aos estúdios. Tendo passado já um tempo suficiente juntos para juntar suas qualidades, melhorando seu som e com a colaboração dos irmãos Elefante, o Petra “atacou” seus instrumentos com renovado vigor. Eles saíram de suas sessões com um conteúdo inteiramente novo, diferente de tudo o que tinham feito antes. O álbum resultante disto, This Means War!, chegou às lojas com uma resposta – não surpreendentemente espantosa e tomou o mundo como uma tempestade.
Este álbum do Petra foi uma combinação de composições inconfundíveis de Hartman que já haviam alavancado a projeção da banda. Cada centímetro desse disco era puro Petra – só que um pouco mais alto e mais poderoso. Os fãs se desdobraram para obter suas cópias. Dentro de semanas This Means War! tornou-se outro blockbuster do Petra.
A primeira faixa e música título foi um tremendo soar de um hino de batalha – uma chamada direta a levantar-se contra Satanás e seus asseclas. Schlitt em seu inflexível clamor fez da faixa-título um empolgante ponto de partida que significou uma visão renovada do Petra em ajudar os jovens cristãos a serem fortes nas batalhas da vida espiritual. O álbum passou a falar de oração – na verdade, a mensagem gira principalmente em torno do tema da oração. Get On Your Knees And Fight Like A Man ressaltou a importância de recorrer a Deus por força na luta contra a guerra espiritual. You Are My Rock retratou a confiança em Deus em situações de adversidade. E o hit instantâneo, He Came, He Saw, He Conquered relembra aos cristãos que Jesus está realmente vivo e que foi o claro vencedor sobre os poderes das trevas.
Com o sucesso de This Means War!, o Petra voltou a estrada novamente onde conquistaram platéias com seus contundente pop-rock. Eles também participaram de devocionais, e This Means War! inspirou acampamentos onde os adolescentes aprenderam a Palavra de Deus e foram ensinados a confiar em Jesus para vencer na vida cristã. Era o ministério do Petra sendo levado a extremos diferentes! Um longo caminho desde que Bob tinha inicialmente previsto – sem dúvida, mais do que ele poderia ter pedido a Deus.
O Petra não mostrou sinais de calmaria. Como uma espécie de continuidade de This Means War! , a banda insistiu até surgir com outro álbum, que falava sobre ser forte e zeloso na fé cristã. E, em 1988, On Fire! foi lançado. Se This Means War! exortava a que os crentes tomassem uma posição firme na fé, na seqüência, On Fire! admoestava a se ter um coração aceso em uma ardente devoção a Deus. Ele falou de restauração – e suas músicas definitivamente transmitiam essa mensagem.
On Fire! Emplacou. A veterana revista CCM Review Magazine disse que as duas primeiras canções do álbum foram “possivelmente, os mais emocionantes oito minutos do Petra jamais vistos!” Exatamente! O álbum inteiro foi conduzido por guitarras, que “detonavam”! inicia-se com a explosiva All Fired Up e caindo em uma feliz e matemática dissonância com Hit You Where You Live e o clamor de Mine Field. E, enquanto eles perfaziam um tipo de música mais pesada, o Petra não decepcionou os seus números com um sucesso que os tinha consagrado tanto; First Love foi uma balada marcante, que acrescentou equilíbrio ao álbum.
On Fire! também assistiu a saída de Mark Kelly no baixo e sua substituição por Ronny Cates, que premiou o seu instrumento numa estréia muito convincente. O som mais metal do Petra proporcionou à banda a mesma projeção que o Stryper já possuía (a única outra conhecida banda de metal cristão a desfrutar do sucesso no cenário principal da música cristã e secular), além de trazer também um retorno financeiro à banda, e garantir seu sucesso como artistas cristãos. O grupo caiu na estrada novamente e viajou incansavelmente por todo o país, tocando para platéias lotadas, como de costume.
Em 1989, o Petra voltou ao estúdio para um trabalho totalmente novo. Já havia algum tempo que eles ambicionavam gravar um álbum de louvor e agora eles aproveitariam a oportunidade para lançar para seu já consagrado público esta bem aceita faceta da música cristã. Petra Praise: The Rock Cries Out foi a primeira experiência da banda com um álbum de de louvor e adoração.
Aparentemente, o Petra fez um levantamento com grupos de jovens para descobrir quais seriam as canções de adoração eleitas pelos adolescentes e, em seguida, gravou sua própria versão das canções vencedoras. E visto que as canções foram adaptadas para ser cantadas por grupos de jovens, os arranjos foram feitos de tal forma que as músicas pudessem ser cantadas por todos – e não apenas no formato Schlitt.
The Rock Cries Out destacou alguns trabalhos bem legais de guitarra, particularmente quando se fala da eletrizante I Love the Lord, que instantaneamente se tornou um best seller. Mas o melhor ainda estava por vir.
O Petra, embora já considerados os reis do rock cristão, ainda estavam a um passo de subir para um plano mais elevado de realização. Isto veio na virada da década, com o lançamento de um mega sucesso de 1990, chamado Beyond Belief – o álbum de rock de que tomou proporções fenomenais.
Beyond Belief destacou um conjunto de músicas rock que simplesmente encantou as pessoas. Nas canções, algumas assinadas por Hartman e John Elefante, se percebem letras profundas e riffs deliciosamente marcantes que permeam o álbum. Hartman fez algumas de suas melhores performances em sua guitarra Zion. Schlitt ecoou através das canções. Mas o álbum realmente se estabeleceu com mais magnitude. Prayer foi complementada por Lawry tocando teclado majestosamente. Toda a banda estava em perfeita sincronia – o baixo consistente de Cates reforçado com a forma como Weaver impiedosamente fazia sua bateria – double bass – completar este álbum com maestria, trazendo um brilho fora do comum, acima de praticamente tudo o que se tinha feito.
As músicas que BB possui são realmente marcantes! Não há uma canção no álbum que não impressiona! Armed and Dangerous nos desperta a cumprirmos com determinação o dever cristão; I Am On The Rock é uma declaração a sermos fundamentados na Rocha que é Jesus Cristo; Creed mostra que a igreja perseguida dos primeiros séculos poderia soar como se fossem guitarras, pedais e amplificadores resguardados em seus esconderijos secretos. As outras canções são igualmente fortes, especialmente as duas baladas (Love e Prayer), que são duas maiores da história do Petra.
Beyond Belief foi, talvez, o Petra em sua forma mais excelente. O grupo ganhou o Grammy de “Rock Gospel Album Of The Year” – e ele passou a vender incrivelmente em todo o mundo. Eles também lançaram cinco vídeo-clipes para o mini-filme também chamado Beyond Belief – uma história sobre um jovem atleta cristão que, depois de sentir traído por Deus por causa do divórcio de seus pais e seu irmão com diagnóstico de câncer, encontra seu caminho de volta para o Pai, numa luta espiritual e de vitória que o leva a “fé incomparável” ou “além da fé”.
Espantados por ver como seu sucesso havia aumentado, o Petra enfrentou então uma turnê árdua com milhares e milhares de fãs que antecipavam seus ingressos para os shows de Beyond Belief. Era hora de estar nos palcos novamente.
Em 1991, depois da turnê de promoção intensa de Beyond Belief, o Petra entrou em estúdio para lançar seu álbum de número 14: Unseen Power. Este lançamento representava mais uma mudança na música do Petra, representados por algumas surpresas aqui e ali. Ele abre com a canção rock indicada ao prêmio Dove Awards, Destiny, seguido por sua versão da canção gospel Who’s On the Lord´s Side. Na seqüência, Schlitt nos desarma com a suave melodia Hand on My Heart, onde sua voz soa muito como mais como se fosse uma cantora de R&B durante o refrão!
Apesar de ainda ter vozes fortes em alguns pontos do álbum (Ready, Willing and Able, Dance, e Sight Unseen), Unseen Power foi o início do “enfraquecimento” da era Petra, e para isso foi um necessário um bom esforço na mudança de estilo. Infelizmente, o álbum pareceu irritar muitos fãs que esperavam mais um sucesso monstruoso como o de Beyond Belief. No entanto, o Petra ainda obteve êxito, para o deleite de todos, incluindo a indústria da música secular, que os honrou pela segunda vez com outro Grammy. Aclamada por suas últimas conquistas, a banda levou para a estrada novamente mais uma longa turnê.
Em 1992, o Petra gravou seu primeiro álbum em espanhol. Petra em Alabanza foi uma regravação de Petra Praise I: The Rock Cries Out em língua hispânica. Nele, Schlitt, sem falar e compreender uma palavra, “aprendeu” a repetir as frases “como se lia” para poder cantar as músicas em espanhol.
O Petra, embora trabalhando há tantos anos, não mostrou sinais de abrandamento e em 1993, eles “tiraram do forno” o álbum Wake Up Call, que confirmou a decisão da banda em de suavizar e experimentar estilos mais rock – o que foi recompensador pra eles.
Pulverizado com um tipo de som southern-rock, o Petra se esforçou em produzir seu caminho neste álbum através de ritmos eletrizantes e letras cortantes. Midnight Oil abriu o álbum com uma canção com fortes raízes que levam à alegre Good News. Hartman não estava tão restrito como em Unseen Power quando se tratava de solos e seus lambe twangy eram bem recebidos pelos fãs das guitarras do Petra. O álbum apresentou todas as características de uma boa safra do Petra – os rocks, as baladas (mais duas músicas inspiradoras: Marks of the Cross e a encorajadora Just Reach Out), e as mensagens – que desenharam corretamente todo o caminho para as rádios cristãs e também para toda a indústria secular da música, onde a banda acabou obtendo o seu terceiro Grammy. Ninguém podia negar isso – o Petra ainda reinava.
Depois de Wake Up Call a banda sofreu duas mudanças significativas: Bob Hartman, fundador do Petra e principal compositor, deixou a banda como guitarrista nas turnês para passar mais tempo com sua família. John Lawry também deixou o grupo pela mesma razão, deixando para trás a grande tarefa para o próximo tecladista a ocupar o seu lugar. Os fãs novamente enfrentaram a questão angustiante trazida anos antes, quando Greg X. Volz e Jonathan David Brown sairam do grupo – a banda ainda sobreviveria, após estas mudanças tão importantes?
Bob parecia convicto de que as suas decisões e as de John Lawry não fariam o Petra sucumbir. Ele “ficou” com a banda como principal compositor, guitarrista e produtor executivo, fazendo o seu papel mais “nos bastidores”, cuidando do grupo. Ele explicou que era a coisa certa a fazer – e os fãs carinhosamente apoiaram a sua nova função dentro do Petra.
Mas as mudanças que ocorreram durante esse período marcaram o início de mais “sacudidas” que estavam perturbando o grupo e os perseguiam até 2003.
Seu próximo álbum, No Doubt, foi concebido após as baixas de Hartman e Lawry. Assumiu as guitarras, com a influência de um som mais grunge, o guitarrista de 21 anos David Lichens. Junto com ele, nos teclados a tarefa ficou com Jim Cooper, que era técnico de teclado para John Lawry. Estas foram as primeiras tentativas do Petra de incluir mais juventude na banda e ver como cada membro se relacionaria entre si, e assim No Doubt foi produzido.
Este foi um álbum de certa forma convincente, com boas melodias e puro pop-rock. Think Twice, Heart of a Hero e Right Place foram canções com batidas padrão de rock. More Than a Thousand Words foi uma das melhores baladas. David Lichens, no entanto, nunca conseguiu tocar efetivamente no álbum (Hartman permaneceu como guitarrista assistente, lembram-se?). E sua única contribuição duradoura para este projeto foi seu rosto ter aparecido na capa do álbum! Jim Cooper, por outro lado, surgiu de forma adequada ao brilhar através da sombra John Lawry, como ficou evidente pelas lindas harmonias nos teclados durante o álbum. Outra conquista forte do estúdio por parte do Petra, No Doubt foi aclamado pelos fãs e foi muito bem também nas vendas. O título da canção continua a ser seguramente uma das baladas mais proeminentes do Petra.
1996 a 2005 : Petra Praise II a Farewell